segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Documento nº 4 - "Identidade Social – Categorização, Identidade e Comparação"

A Teoria da Identidade Social, de Tajfel, defende que a pertença ao grupo confere ao indivíduo uma certa identidade social, positiva ou negativa. Essa identidade social está baseada em três conceitos:

A categorização do indivíduo como membro de um grupo (com o seu sentimento de pertença expresso no nós) é uma condição preliminar dos fenómenos sociais de etnocentrismo (aumento da auto-estima, etc.). Na verdade, segundo Tajfel, existe uma "norma social genérica" de favoritismo pelo próprio grupo, pois os grupos só podem contribuir para uma identidade social positiva dos seus membros na medida em que se distinguirem, positivamente, de outros grupos. As insígnias de dependência (tatuagens, vestuário, nomes dos grupos) são símbolos materiais que estão ligados à diferenciação entre os grupos e ao reforço da homogeneidade do grupo. Os membros dos grupos que mais usam esses símbolos são mais fechados no seu contacto social, ignorando, evitando ou expulsando os "outros", que eles consideram como "estranhos". Assim, a identidade social, o nós, constitui-se em comparação e em diferenciação com os outros (o exogrupo). Nesta complexa construção, os estereótipos desempenham uma função importante: por um lado, permitem-nos facilmente descrever as semelhanças e diferenças através de certos traços considerados mais relevantes. Desse modo, categorizam e caracterizam os outros como diferentes/opostos, aumentando a coesão e identificação social.



A identidade pessoal, constituída pelas referidas imagens de si que se posicionam num contínuo em que num extremo estão as características individuais (eu) e, na outra extremidade, as características sociais e categoriais (nós e eles);

E, por último, a comparação, através da qual as pessoas avaliam se os seus comportamentos e atitudes são socialmente aceitáveis (se estão dentro do "normal", se estão dentro das margens ou limites socialmente definidos), de modo a permitirem uma identidade social positiva. No entanto, para Tajfel, a identidade social não resulta apenas da pertença a determinados grupos sociais, mas principalmente da comparação que a pessoa estabelece entre os grupos aos quais pertence e aqueles que considera alheios. Esta ideia leva-o a retomar alguns dos postulados da teoria de Festinger sobre comparação social, aplicando-a à comparação intergrupos. A comparação intragrupo é completada com a intergrupos: o eu também se avalia, enquanto membro de um grupo, com outros grupos que lhe são externos. Se essa imagem estereotipada que fazemos do exogrupo for negativa, ela contribui para reforçar a imagem positiva do nosso grupo.
Mas afinal, o que acontece quando a identidade social é negativa?

Como resultado da ilegitimidade da posição social do grupo, podem surgir estratégias, individuais ou colectivas, que os membros do grupo desenvolverão para mudar a sua situação:

Mobilidade social – comportamento individual que resulta da identidade pessoal estar em jogo e de o indivíduo se empenhar em acções pessoais de promoção de si mesmo, por exemplo, no caso do João, o desenvolver de estratégias de promoção da sua carreira profissional.

Mudança social – comportamento colectivo que surge quando a identidade social está ameaçada e o indivíduo se empenha em acções de grupo para alterar as relações intergrupais, tendo como principal objectivo a promoção do nós. A sua identidade torna-se mais positiva porque o estatuto do seu grupo melhora. No caso do João, este faria um esforço por melhorar o desempenho global da equipa ou uma tentativa de reinterpretar positivamente o conteúdo dos estereótipos a ela associados.

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