sábado, 14 de fevereiro de 2009

Documento nº 6 - "Dificuldades na Observação Sociológica"

O NATURALISMO:

Consiste em considerar a sociedade como algo natural e as causas dos fenómenos sociais como “naturais”.
As explicações de tipo “naturalista” descrevem e interpretam o social a partir de aspectos e factores que consideram inerentes à natureza humana, à natureza de um povo, de uma raça, de cada um dos sexos ou de uma área geográfica.
O naturalismo é um obstáculo epistemológico, porque não permite encontrar a explicação correcta dos fenómenos sociais, desvirtuando, assim, o conhecimento científico.
A melhor maneira de proceder à ruptura epistemológica com o naturalismo é encontrar realidades opostas às suas explicações.

O INDIVIDUALISMO:


Consiste em considerar o indivíduo como o único elemento de decisão na acção social.
Tende a produzir um tipo de explicações do que se passa na sociedade como efeito, a nível colectivo, de factores que se apreendem ao nível do indivíduo e que se tomam como independentes dos contextos sociais em que os indivíduos participam.
O individualiszmo é uma forma de rejeição do determinismo social.
O individualismo é um obstáculo epistemológico, porque não permite encontrar a explicação correcta dos fenómenos sociais, desvirtuando, assim, o conhecimento científico
Para romper com as explicações de tipo individualista é necessário estabelecer tipologias e correlações entre os fenómenos sociais.

O ETNOCENTRISMO:


É uma tendência para julgar tudo em relação às normas e aos comportamentos do grupo social a que se pertence.
Corresponde a uma percepção da vida e da sociedade matriciada pela cultura do observador; faz da cultura do observador a norma ou a referência na análise de outras realidades sociais.
O etnocentrismo é um obstáculo epistemológico, porque as outras sociedades são observadas em função da nossa e porque é portador de preconceitos étnicos, racismo, xenofobia, chauvinismo que são manifestações de uma visão unilateral e deformada da realidade social.
A análise objectiva da realidade social exige que nos coloquemos numa perspectiva não etnocêntrica, abertos a novas formas de agir e de pensar, diferentes das nossas, mas igualmente boas, aceitáveis, certas, adequadas no contexto social em que se inscrevem.

O SENSO COMUM:


A recolha de informações nas ciências sociais baseia-se em opiniões dos indivíduos, daí que estas ciências sejam permeáveis às interpretações do senso comum. A realidade social surge, aos olhos da maior parte das pessoas, como mais facilmente explicável do que o universo físico. Existe, assim, uma “impressão de evidência” em relação às explicações do social.
Ao observarmos os fenómenos sociais somos capazes de produzir imediatamente algumas explicações possíveis, porque também nós somos seres sociais com experiências de vida semelhantes (compreensão).

O CIENTISTA SOCIAL: OBSERVADOR/OBSERVADO:

Por este facto, é fácil ele deixar-se influenciar por situações que lhe são familiares, o que dificulta a objectividade. Por exemplo, o sociólogo tem uma família e, se é pai de família, é-lhe muito difícil não contaminar a sua investigação com a ideia que tem do seu papel.

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