segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Documento nº 6 - "Processos Intergrupais" (Parte II)

Ao julgarmos os outros, sobretudo quando os outros são membros do nosso grupo, estamos também a julgar-nos a nós próprios, por comparação implícita. O conhecimento da nossa pertença a uma categoria implica uma componente avaliativa e emocional no processo de julgamento: o valor que atribuímos ao grupo a que pertencemos é também o valor que atribuímos a nós próprios, enquanto membros desse grupo. Assim, se a avaliação (emocional e cognitiva) que faço do grupo a que pertenço é positiva, a identidade social é positiva e a satisfação é maior. Se desvalorizo o endogrupo, a identidade social será negativa.

Quer isto dizer que há uma certa tendência para percepcionarmos de uma forma mais positiva o endogrupo do que o exogrupo. Por exemplo, o meu grupo de amigos parece-me "melhor" do que outros grupos de amigos que conheço... Esta tendência de sobreavaliação perceptiva do endogrupo está na base da discriminação em relação ao exogrupo.

Assim, a identidade social não só confere ao indivíduo uma noção acerca da sua posição dentro do grupo (papel) como também o auxilia na construção do seu autoconceito ou auto-imagem. Através da sua identidade social, o indivíduo passa a conhecer-se melhor, porque, na comunicação com os outros membros do grupo, é-lhe devolvida a imagem que os outros têm dele. Além disso, cada um de nós vai comparando o que os outros sabem sobre nós com o que cada um sabe de si.

Por outro lado, a identidade social é reforçada pela diferenciação resultante da comparação com outros grupos externos, ou exogrupos, que, por oposição e contraste, nos levam a reforçar a representação social (do nós) e individual (do eu).

A coerência entre as nossas identidades, pessoal e social, aumenta a nossa auto-confiança.



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