sábado, 24 de janeiro de 2009

Documento nº 2 - "Áreas de Investigação e de Aplicação da Psicologia" (Parte I)

A Psicologia como ciência pura ou de investigação produz teorias sobre as várias facetas do comportamento humano.
Os investigadores especializam-se no estudo de certas áreas do comportamento e processos mentais. Irá conhecer essas áreas ao longo dos três anos em que estudará esta disciplina, porque elas correspondem aos temas do programa:
A Psicologia pura ou de investigação estuda os fundamentos dos fenómenos psi­cológicos, apesar das diferenças existentes entre os objectos de cada uma das áreas. Como analisa as bases biológicas, sociais e culturais do comportamento, não trata directamente da aplicação das teorias. A investigação em psicologia científica pressupõe a criação de métodos de medição e de controlo, que vão desde a construção de testes e a realização de experiências laboratoriais até aos procedimentos estatísticos computorizados.
Nos EUA, por exemplo, mais de 10% dos psicólogos dedicam-se à investigação pura, realizando trabalhos que podem depois ter ou não aplicação directa na vida prática.
Partiremos da análise dos casos do João e da Isabel, para identificar as principais áreas de investigação existentes em Psicologia. Cada área da Psicologia teórica estuda uma categoria de fenómenos psicológicos, alguns dos quais são, directa ou indirectamente, observáveis nestes jovens e referidos no texto que se segue.


Os processos cognitivos ou do conhecimento e os processos afectivos ou emocionais estão intima­mente relacionados e constituem uma área de inves­tigação que estuda temas, tais como a percepção, o pensamento, a memória, a inteligência natural e arti­ficial (ligados ao conhecimento) e a motivação, a frustração e as emoções (ligados à afectividade).


A psicologia dos processos cognitivos relaciona-se com várias disciplinas entre elas a Psicolinguística e a Inteligência Artificial, especializadas em temas mais restritos.

A Psicolinguística é uma ciência que aborda os processos psicológicos relacionados com a aquisição e produção da linguagem, com o seu reconhecimento, com a sua compreensão e com a sua memorização.


Combinando a Psicologia com a linguística, considera a linguagem como instrumento de comunicação.

A Psicolinguística investiga os mecanismos neuropsicológicos subjacentes aos pro­cessos de comunicação e às estruturas linguísticas e gramaticais da linguagem.
A Inteligência Artificial [IA] é uma disciplina científica que apoia a Psicologia cognitiva e constitui hoje um domínio do conhecimento cada vez mais "na moda". Procura investigar os processos que permitem reproduzir, através de tecnolo­gias, o processamento da informação. É, por um lado, uma ciência que procura estudar e compreender o fenómeno da inteligência com o objectivo de construir teorias e modelos do pensamento humano sob a forma de programas de com­putador. É, por outro lado, um ramo da engenharia que, baseando-se nesses modelos, procura construir instrumentos para apoiar a inteli­gência humana. Assim, por exemplo, uma actividade perceptiva como a visão pode ser substituída por uma célula fotoeléctrica; algumas actividades cognitivas são assumidas por computadores e muitas das actividades manipulativas são rea­lizadas por mecanismos robóticos.

A Psicologia dos processos emocionais aborda os fenómenos relacionados com a energia psicológica envolvida nos comportamentos. Inclui a Psicologia da Motiva­ção, dimensão da investigação psicológica que estuda o processo energético que desencadeia, orienta e mantém cada comportamento. Todos os comportamentos pressupõem motivações conscientes ou inconscientes.
Existem diferentes níveis de motivação correspondentes aos impulsos orgânicos inatos (fome, sede, necessidade de oxigénio, etc.) e às tendências aprendidas (hábitos, padrões de cultura, etc.).
Quando as motivações enfrentam obstáculos à sua realização, surgem as frustrações e os conflitos.

Sem comentários:

Enviar um comentário